sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tributo à minha terra gentil...

Ás vezes me vem na mente coisas tão confusas de se escrever.
Ou porque não fazem sentido algum serem teorizadas aqui, ou porque não tenho sequer uma idéia exata de concluí-las.
E pode-se ir escrevendo sem saber ao certo como será o fim, ou mesmo, se chegará esse momento tão breve.
Foto: Internet
Estava eu pensando, ao caminhar pela cidade, em como o mundo anda, e como tudo gira. Um dia estamos numa pequena aldeia em que todos se conhecem e noutro numa megalópole onde nada parece comum.
Nada parece conhecido e não há um modo de se reconhecer ou ser especificamente reconhecido nesse mundo incomum.

Queimados sempre foi uma casa, um lar, a extensão do meu quintal por onde quer que eu andasse. Aqui eu me sentia livre, segura e feliz sem ter nenhum tipo de preocupação. A não ser o fato de que minha mãe pudesse estar me esperando para o almoço ou jantar.
Hoje, nada disso existe em mim. Não conheço as pessoas que rondam a cidade, não encontro facilmente os amigos mais chegados pela rua. E nem mesmo sei o nome das ruas! Tudo mudou!
A modernidade chegou.
E Queimados aderiu uma roupagem sutil de uma garota suburbana que pensa estar na moda. Patrimônios históricos dão lugar a prédios modernos que vão servir de fonte de consumo para essa população que cresce desordenadamente sem conhecer a nossa essência.
Nos deixamos invadir sem que ninguém pedisse licença. E tratamos de abrir as portas apenas pensando naquilo que a visita trazia embrulhado naquele pedaço de papel-de-pão.
Um baile, uma festinha, uma peça teatral, um delírio, uma oração conjunta.

Foto: Bárbara Marinho
E no abrir de olhos, a cidade inteira mudou. E quem fez parte desse processo? Quem ditou as regras?
Quem autorizou a essa pequena menina usar roupas tão curtas?
Sinto falta do meu pequeno quintal, onde eu me sentia à vontade e pedalava sem medo de perder a bicicleta.
E achava que crianças correndo na rua, ou era uma pipa "avoada" ou um pique-pega!
Jamais pensei que nesse solo gentil um moleque cresceria bandido e sem saber de que mãe é filho e nem conheceria a história da terra que pisa.

Quem hoje em dia ao subir o viaduto no entardecer de um lindo dia, aprecia o pôr-do-sol?
E quem entra numa vibe profunda olhando as poucas centenárias árvores que restam nesse solo fértil que, em meio a esse inverno, estão de folhas caídas deixando os raios de sol chegarem mais facilmente ao chão? Tentando em vão afastar o frio, ou mesmo aquecer um coração.
Foto: Bárbara Marinho
Imagino tantas coisas e possibilidades, talvez quem sabe, uma forma de descobrir os tesouros dessa cidade e expor na televisão ("As belezas de Queimados, você vê por aqui!!").
Penso em tantas coisas que vivi aqui, em tanta história que esse lugar carrega. São tantas vidas, tanta transformação, e uma beleza pouco revelada e às vezes vulgarizada. Enalteçamos nossa terra amada!
Tenho sede de reconhecer as paredes dessa casa. E de me reconhecer nesse espaço comum, incomum.
Não sei quem mudou a decoração. Não sei se vou me acostumar.
O branco das cortinas, agora tomaram cor.
As montanhas são apenas a moldura para o quadro, mas a pintura cabe a cada artista.
E para quem chega, aprecie a obra, tire fotos, guarde recordações, respire ainda um pouco do nosso ar quase puro.
Foto: Geraldo Moreira

Um dia, essa minha cidadezinha estará cercada de muros.
De grades e mansões.
De polícias e ladrões.
E de uma vida comum das cidades que crescem,
de um filho que sai de casa.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um dia eu quero ser Deus...

Há de um dia alguém descobrir a sutil diferença entre ser Deus e ser homem.
Deus figura-se de humano nas imagens e fotos que circulam por aí,
humanos não cansam de tentar ser Deus.
Deus sempre está "nas alturas" e tudo vê, tudo sabe, até prevê o futuro!
Homens, fazem questão de estar por baixo, não vêem nada, não ouvem nada, não sabem de nada!
Futuro? Ih...só pagando a um pai-de-santo pra ver o que os "buzo" dizem.

E há quem diga que vida de Deus deve ser fácil.
Imagine várias mulheres falando na sua cabeça 24 horas por dia, 365 dias por ano, sem parar. (Afinal enquanto um continente dorme o outro acaba de acordar!)
Vários pedintes te "cutucando" a cada milésimo de segundo.
Desempregados, desesperados,
viúvos e divorciados.
Uns rezam para casar,
outros fogem do diabo e da cruz.
Uns roubam e pedem pra ninguém pegar,
outros combatem o mal e rezam para chegar de volta vivos.
E ainda há quem diga que Deus não distingue "seus filhos"
Já viram pais de gêmeos?
Eles erram as crianças a todo tempo!!!!!!
E Deus então?!?
Eu peço um carro, e ganho uma bicicleta,
você pede uma moto e ganha um Iphone.
Afinal, se somos iguais, ele N-U-N-C-A
vai saber quem é quem  e quem quer o quê!

Deus depende da fé de cada um pra se fazer notar,
Humanos?!
Tem carro, moto, jóias, perfumes, luzes e firulas
que os IMPEDEM de passar despercebidos.

Deus É a verdade.
Homens têm que provar a verdade,
fingir que acreditam na mentira e
ainda acham que tudo isso faz o maior sentido.

Deus gerencia as estações do ano,
as fases da lua,
o nascer e pôr-do-sol,
o cantar de cada pássaro.
cada fio de cabelo nascidos nas milhões de cabeças,
o ciclo de cada animal,
a vida de cada inseto,
o cair de cada folha,
o amadurecer de cada fruto...
(afinal, ele é DEUS e TEM que saber de TUDO!)

Os homens...
Não dão conta de duas contas em redes sociais,
de três contas de e-mail,
reclamam de ter que atender ligações do trabalho nas horas de folga,
e da família na hora do trabalho.
Não sabem onde guardam as coisas,
esquecem o número do próprio telefone,
o aniversário da mãe (sem falar em datas de casamento, namoro e noivado)
e ainda acham que é coisa demais pra "administrar".


Seus maiores conflitos resumem-se em coisas voltadas para si.
E como se não bastasse, ainda pedem a ajuda de Deus!