quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Sinto.

Sinto minha alma serenar.
Estranhamente.
Acostumei a ser um turbilhão de emoções
Por vezes movida por uma revolta
De não sei bem o quê.

E hoje, me sinto bem.
Me SINTO.
De verdade.
Cada dedo, cada cílio.
Cada parte do meu corpo parece se comunicar.

Das profundezas do meu SER
Emerge aquilo que pensei em ser um dia...
E percebo em mim a doce sensação do reencontro.

Ao me olhar no espelho não projeto.
Apenas aprecio.

Me conscientizo de cada fio de cabelo
E de cada expressão que fazem deste ser humano.
Algo realmente HUMANO e admirável.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Cicatrizes

As pessoas carregam dores.
Dores intensas e por vezes superficiais.
Nos acostumamos apenas a ouvir o que nossos ouvidos entendem.
E por vezes a alma de cada ser fala conosco e não damos atenção.
Seus olhos clamam por serem lidos.
Seu brilho se apaga lentamente esperando que alguém repare.

Seu hoje não é mais como antes.
Suas cicatrizes do passado as perseguem.
É como um assombro.
Que as fazem acreditar não serem merecedoras da vida.

Tenho orgulho de no turbilhão dos acontecimentos diários
Banalizar suas dores,
De forma que as marcas deixem de ser aquilo que as apoia 
E apenas por alguns minutos
Poder trazer um sorriso à tona.


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Lembro ainda do primeiro dia!
De como me olhou, das sensações pelo corpo, do turbilhão de coisas que pensei naquele pequeno instante em que nos olhávamos pela primeira vez daquela forma.
Lembro de cada detalhe dos primeiros dias.
Mas há em mim, pra ser sincera, uma falha nas demais datas.
Não consigo casar a ocasião com o dia do calendário.
 Mas isso não importa.
 Ao menos pra mim!

Lembro de cada sorriso que arrancou de mim, de cada suspiro
e das muitas vezes que sonhamos juntos.
Das suas mãos me acalmando.
Do seu carinho. Da maneira como me olha.
Não sei se nesse mundo há outros como você.
Só sei que você é simplesmente perfeito pra mim.
Porque a gente se entende, se completa.
Porque um olhar é suficiente para começar uma guerra ou para decretar a paz.
Você, sim, entende o que eu digo, e até o que sinto.

Esperta

Sempre me vi GIGANTE perante a vida.
Minha mãe me ensinou a encarar as dificuldades como degraus.
Sorrir diante da dor.
Agradecer diante de desigualdades.
Não me abater com problemas.
Nem transparecer sofrimento.
Com isso, existem dois de nós (eu, ela e meu irmão).
Aqueles que somos na essência e aqueles que parecemos ser.

Minha mãe porém, não me ensinou a encarar as injustiças com indiferença.
E nem me treinou para ser alguém que não saiba fazer a diferença.
Eu fui criada para contemplar a natureza.
Para reconhecer Deus em cada canto da Criação.
Numa folha que cai.
Ou uma semente que germina no meio do concreto.

Sempre fui esperta.
E, pra ela, até demais.
Fui uma filha "rebelde" e "respondona".
Mas apreendi as lições em seus menores ensinamentos.

Vi fruta podre cair  sozinha.
Vi quem aqui fez, pagar.
Vi a Justiça Divina na prática, devolvendo ou dando àquilo de direito a cada um.
Conhecemos as adversidades, e, em algumas vezes, nos deixamos abater.
Porém, nossas fênix ressurgiram das cinzas várias e várias vezes.
Choramos, sorrimos...
E com a vida me fiz forte.

De todas as lições que me foram ensinadas,
Apenas uma não aprendi, e , confesso, não faço a menor questão.
A de ver os fracos suprimidos por àqueles que se acham os donos dos "cabrestos".
De ver a ingenuidade ser encarada como defeito.
Da bondade não ser mais uma virtude
E sim, sinônimo de tolice e ignorância.

Mas como sempre,
Vou esperar.
Sentada!?
Talvez.



quinta-feira, 15 de maio de 2014

Um pouco do que se vive.

As pessoas me temem pelo que sou.
Mal sabem que sinto o mesmo.
Tentam se dar ao luxo de me inquietar quando mal conseguem embrulhar meu estômago.
Suas ânsias por coisas tão mesquinhas me fazem desacreditar dessa humanidade podre que, inclusive, faço parte.
As pessoas se comprazem com pouco. Elas vivem seus teatros externos e deixam a inquietude transparecer em seus semblantes comuns. Confundem-se nas ruas. São parte de um todo que nunca fará parte delas.
Eu sigo meu ensaio sem ao menos me preocupar com a estreia. Aplaudo alguns, mas só para que continuem seguindo seus caminhos.
Assisto a montagem inexpressiva que fazem de si mesmo e de suas vidas, minimamente vividas.
As pessoas são efêmeras, passam como raios.
E de repente num piscar de olhos não estão mais ali. Não significam mais nada. Serão apenas uma matéria inerte prestes a virar pó.
E nós seguimos acreditando que somos mais que isso.
Achando que há sempre um degrau a ser galgado.
Um posto a ser assumido.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Clichê

O que hoje em dia parece "clichê" já foi considerado romântico.
A cada dia que passa parece que vamos nos revestindo de uma capa de insensibilidade, de resistência, de vontade de não sermos feitos de bobo, de não parecermos tolos.
Sei que quem me conhece não vai me reconhecer nessas palavras, logo eu tão racional, tão impulsiva e com respostas lógicas pra tudo, me saio hoje - depois de tanto tempo - com essa "mulherzice".
Pois é.
Andei pensando nessa noite, quando tentava dormir cedo, sobre quantas coisas banalizamos com o passar dos dias. Quantas coisas nos tornam frios. Nos deixam bobos. Sim, bobos.
Perdemos tempo olhando, curtindo e compartilhando bizarrices colocadas na internet mas não temos tempos de deixar um bilhetinho na geladeira.
Vamos tornando a rotina algo tão costumeiramente "já sei como vai ser" que a vida perde imensamente o seu sentido.
Não falo de frustações ou amarguras, desilusões ou mesmo insatisfações. Falo daquela coisa que traz essência na vida da gente. Daquele rubor no rosto, aquela sensação de EXISTIR.
Quem não gosta de se sentir especial? E fazer alguém feliz?
Estamos fadados a esse mecanismo de telas que deslizam por nossos olhos e a maneira sutil de dizermos ao mundo que estamos vivos é compartilhar belas mensagens prontas.
Quem as escreveu? Você acha que seu coração e suas mãos não são capazes de tal façanha?
Dizer "Eu te amo" ficou tão banalizado que qualquer um diz...mas tem algo que torna cada frase dessa única.
Eu sou viciada. São os PORQUÊS.
Por que você me ama? Por que você está triste? Por que você está quieto? Inquieto?
São os porques que fazem da gente único. Aposto que nenhuma das pessoas que eu convivo vai me amar pelo mesmo motivo. E só de imaginar o motivo de cada um, confesso, meus olhos se enchem de lágrimas.
 Eu estou tão sensível esses dias, que nem eu mesma me reconheço com os olhos lacrimejantes.
Estou buscando um sentido na minha existência. Acredito que nascer, crescer, se reproduzir e morrer é pouco demais pra mim. Não vim a este mundo apenas para somar na multidão (já dizia minha mãe).
Já tem muita gente que não questiona nada. Que não confabula sobre a sua e as demais existências.
Que vê mensagens belíssimas virarem clichês e não se questionam se seu coração não ficou gélido demais.
Por um mundo de clichês, de "Eu te amo sinceros (seguidos dos porques)".
Por um mundo onde ser romântico não é ser brega. Onde estar junto não é apenas estar perto. É sentir o pulsar do outro, sentir o que se sente.
Por um mundo onde cada um se encontre e descubra o real sentido da sua vida.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Cômodo vazio

E quando venho aqui, depois de tanto tempo
É como adentrar um cômodo vazio,
Onde as paredes têm uma alma sombria,
Repletas de lembranças,
tempos vividos,
Sentimentos que lá estão,
silenciados pelo passar dos dias.

É fácil reviver cada letra,
cada vírgula,
Difícil segurar a angústia que me causei
por tantas coisas
que fizeram tanto sentido

E hoje,
fazem sentir algum.
resta o eco
feridas mal cicatrizadas.

Cada ponto, cada canto,
cada curva,
dias de chuva.
De dúvidas.

Um cômodo vazio pede
nova decoração
novo coração.
Olho as paredes vazias e penso
em todas as cores que imaginei pra elas
Aquarelas...

Tudo que se materializou de mim,
E que agora aqui,
Existem como noutrora pensei,
E agora sei
Valeu a pena
Tanto papel e pena
Tanto sussuro noturno
Tanta rima,
tanto soluço.