sexta-feira, 11 de março de 2016

Aos trinta anos você pára na madrugada e pensa sobre sua vida,
Sobre o rumo que as coisas tomaram
Sobre as suas percepções a respeito de tantos acontecimentos ao longo da existência.
Você nem tinha certeza do que pensar há um tempo atrás
Mas hoje, você fala com tanta firmeza e se olha tão fixamente no espelho
Que parece ter brotado um outro você dentro de si mesmo.

Aos trinta, você se vê meio juvenil,
Não entende sua mãe te tratar como uma adolescente,
Seu marido te cobiçar como uma mulher sexy,
Alguns de seus amigos parecerem ainda estar no colegial
E seu chefe, ah! Seu chefe apenas espera que você seja "profissional".
Você se questiona em como vai ser daqui pra frente e se agora vai se dar conta do passar dos anos com maior clareza.

Aos trinta você se olha da cabeça aos pés e pergunta, se não deveria comer mais frutas, vegetais,
Se não deveria emagrecer, fazer alguma atividade, ter uma nova rotina, ter filhos.
Sim, você pensa a cada segundo se vai tê-los, se vai saber criá-los, se é fértil, se eles serão normais.
Os anos passam e as paranoias aumentam.

Aos trinta e um você pensa que não comemorou o bastante os trinta.
Teme pelos trinta e dois.
Acha que o tempo passa rápido demais
E se apressa em se perceber adulta.
Começa a sentir que haveria de ter um modo de zerar o cronômetro da vida
Que você certamente perderia menos tempo chorando por coisas que,
Anos depois não fariam a menor diferença
E teria curtido um pouco mais as "faltas de responsabilidades".

Aos trinta e um você ainda pensa que pode fazer tudo que fazia aos quinze,
Porém se percebe menos flexível e corajosa.
Você decide subir montanhas - como fazia aos doze - e o corpo responde como se tivesse sessenta e quatro!
Você tem vontade de muitas coisas, disposição para poucas, razões diversas,
Inclusive, para rir de si mesmo.