quinta-feira, 15 de maio de 2014

Um pouco do que se vive.

As pessoas me temem pelo que sou.
Mal sabem que sinto o mesmo.
Tentam se dar ao luxo de me inquietar quando mal conseguem embrulhar meu estômago.
Suas ânsias por coisas tão mesquinhas me fazem desacreditar dessa humanidade podre que, inclusive, faço parte.
As pessoas se comprazem com pouco. Elas vivem seus teatros externos e deixam a inquietude transparecer em seus semblantes comuns. Confundem-se nas ruas. São parte de um todo que nunca fará parte delas.
Eu sigo meu ensaio sem ao menos me preocupar com a estreia. Aplaudo alguns, mas só para que continuem seguindo seus caminhos.
Assisto a montagem inexpressiva que fazem de si mesmo e de suas vidas, minimamente vividas.
As pessoas são efêmeras, passam como raios.
E de repente num piscar de olhos não estão mais ali. Não significam mais nada. Serão apenas uma matéria inerte prestes a virar pó.
E nós seguimos acreditando que somos mais que isso.
Achando que há sempre um degrau a ser galgado.
Um posto a ser assumido.