segunda-feira, 23 de abril de 2012

O futuro não é mais o que era antigamente

Talvez eu fosse mais feliz, não sei!
Mas meu sorriso era mais aberto, mais livre, mais riso!

O olhar era de um brilho
Que a pele iluminava,
e acho que meu ar de ingenuidade
era o que de melhor havia em mim

Pena o tempo não voltar atrás
E ao menos eu poderia saber
onde foi que perdi aquele viço de menina
Para dar lugar a esse peso de mulher

A essa mania de controlar o movimento,
o mundo, as coisas, os acontecimentos

Esse estado alerta crítico,
De adivinhar o que se passa na mente de quem me vê!

De analisar as questões sob uma ótica rígida
Que me rege
Sem que eu tenha noção nenhuma
De onde nem como tudo isso começou
Tampouco se terá fim

Os céus poderiam me conceder a graça de retroceder para prosseguir
Só às vezes...
Mesmo que meu íntimo não me permita tais momentos de fraqueza
Meu espírito clama por um amadurecimento necessário

Eu simplesmente acho
Que tudo não é mais como era antigamente
E que o futuro faz da gente
uma escultura grosseira daquilo que quando crianças
Não pensaríamos ser.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sem sentido


A minha alma hoje silencia,
por milhões de palavras antes ditas.
Malditas!
Vivo a insensatez de fazê-las ganharem sentido
Quando na verdade não há sentido algum...

Meu silêncio hoje grita,
por tudo que calei um dia.
E sem saber que todo silêncio era na verdade,
a parte mais verdadeira de mim que escondia em gritos de atenção
que fizeram de mim esquecida.

Agora me lembro da vida que deixei pra trás...
Quando dei às palavras o prazer de deixá-las ir
sem dizer-lhes onde deveriam chegar....
Hoje há uma ausência de vocábulos
que traduzam extamente o que sinto.
O que antes dizia sem sentir, hoje não faz mais sentido.

É uma ilustre sensação de permanecer quieta
com tanto sentimento,
mas sem ter como exprimí-los, sucumbo-os ao vazio do meu ser.
Resta me apreciar de "longe"
Tentando decifrar certas reações do meu corpo,
quando minha mente vaga sem destino algum.

07/05/2008

Singelos Poemas

Quando o amor surgiu...
Surgiu daquele beijo estalado no rosto,
que me pegou na curva.
Daquele convite "ingênuo" de passear pela rua...
Da camisa branca de botão meio aberta no primeiro encontro.
Do sorriso de "já ganhei" em meio a multidão.
Surgiu quando fez de mim o seu show...
ainda que no palco o Paralamas tentasse fazer Sucesso...
Das armadilhas da conquista, das frases de efeito, das mensagens de amor,
do "bolos", atrasos e afins.

Quando o amor surgiu...
Ah!!Eu vi o céu de cabeça para baixo,
e as estrelas brilhavam mais intensas e tudo,
tudo passou a ter sentido!!
E até uma blitz policial virou página de romance...

Do nosso amor nasceu a minha paz,
Que encontrei nos seus braços, nos seus beijos, no seu corpo.
Nossas pequenas aventuras são grandes histórias,
dignas de aplausos...
Os obstáculos só fizeram esse amor aumentar,
E hoje tenho em você meu porto,
O lugar mais seguro...
Onde choro, e onde meu riso é mais sincero.
Onde você me acalma quando eu me desespero.
E mesmo quando vai...eu te espero (sempre!!).

Não há palavras que definam, ou expressem
Tudo que sentimos e já vivemos,
É tudo tão intenso, contínuo, insano, ingênuo...
É tudo de mais contraditório e ao mesmo tempo perfeito,
Que é como se eu sempre estivesse esperado por você...
Até o dia em que você clamou por mim!

Escrito originalmente em 10/04/2008

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Fados...

Ando fugindo das letras, como quem foge de um felino na noite escura
E sinto dentro de mim a brandura de alguém que precisa se aninhar
Pra compreender a tempestade que rompe os céus dos pensamentos.

É preciso fincar os pés fora da rima para deixar
Que as palavras fluam através de minhas mãos que digitam vorazes
A dor do peito que quer explodir ao som do fado.

  Minh'alma de pura angústia soluça a candura de um alguém
  Que murmura em um canto sua dor
  De amor...

  Fala aos meus ouvidos e ao meu coração
  Parece que é o passado que me chama
  Através de uma simples canção

  Como se fosse abrandar um sofrimento inexistente
  Deixar que tudo isso floresça em mim
  E doa como o corte profundo na carne


A solidão profunda a condoída
A vontade de voltar pra onde nunca fui
Ou de onde nunca saí.


É um lamento tão forte e ao mesmo tempo tão confortante
Que por um instante sinto o sangrar de um corpo que não o meu
Por uma paixão perdida que não a minha.