quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mudança


Eu amo este lugar, cada parede, cada friesta, cada cômodo.
Minhas lembranças estão aqui impregnadas e encrustadas em cada canto que olho, em tudo que vejo.
Não há como fugir, não há como fingir. Dói.
E é uma dor estranha saber que amanhã posso acordar e nada disso vai estar a minha volta.
Esse cheiro. Esse colo de mãe.
Ah! Mãe!
Não há como não sentir sua falta, não há como não lamentar, desde já, a sua ausência presente no meu dia-a-dia. E quantas coisas planejamos. E como esqueci que um dia eu cresceria...e como eu não quero crescer!!!! Vou sentir saudades dos defeitos e qualidades, dos conflitos de todo dia. Daquela coisa de estar sempre junto, de dormir conversando de um quarto pra outro. De te ver dormindo, ressonando...de acordar com você cantando, assobiando, me gritando!
Dizem que as mudanças são inevitáveis. Eu quero acreditar. Eu quero poder mudar sabendo que continuo sendo a mesma, aqui ou lá.

domingo, 23 de setembro de 2012

E quanto mais eu penso no que dizer menos eu de fato sinto.
E quando sinto que preciso escrever, as palavras fogem de mim.
E se recusam a juntarem-se e a formarem a ideia mais linda e sublime daquilo que estou pensando e sentindo.
E tudo é tão confusamente estático, que gera um movimento sem fim por palavras, casos e sentimentos que traduzam o que sinto agora.
E esse momento sutil e indescritível vibra numa sintonia de inconstância e silêncio que grita por algo que faça sentido, sem que haja sentido algum nisso tudo.
E mesmo quando tudo parece estar ganhando forma, a disformidade desse dia me garante a confortável posição de não ter o conforto dos braços do bem-amado.
E meu teto não é mais meu,
E a brisa fria que está la fora me diz pra ficar,
E as paredes que rodeiam a inspiração me prendem,
E as asas que ganhei por horas a fio me libertam,
A âncora das irrealidades jogada em sonhos infundados,
E no meio de tanta confusão de pensamentos e tormentos
A alma permanece aqui,
Mas a vontade intrínseca é de sair.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O mundo dá voltas!

Não faço pactos com Deus, mas me deixo ser testada.
Diariamente, incessantemente.
Cansa ser sempre alvo de críticas e na hora de criticar ser chamada de cruel.
Crueldade nesse mundo é ser ruim com os mais frágeis.
Rezo, quase na mesma medida que cometo o pecado.
Não me venha com as falsas verdades dessa vida medíocre
Eu quero a mentira do conto de fadas.
Só safo da minha ira àqueles que não podem se defender
Com pedras, paus ou palavras.


Todo mundo tem mania de dar palpite
De sacar o futuro, o destino do outro
A vida é um constante jogo de interesses
E só interessa a quem é a peça
saber ser jogada.


Eu me jogo,
Eu jogo pra valer.
Que se dane!!
Falou, vai ouvir.
Fez, vai levar.
Sem essa de pacificação entre "irmãos"...
Irmão eu só tenho um e nunca deixamos de "botar pra quebrar" quando foi preciso.


Eu preciso expressar o que sinto
Senão eu piro!
Simplesmente paro de oxigenar o cérebro.
É mais forte que eu essa coisa de revidar.
É vital e pra mim, salutar.


Quer lutar, "cai pra mão"!
A vida não é mole "mermão"!
Eu jogo pra ganhar
E se não quer perder, sai da rinha
Porque depois que eu perco a linha...
Ferrou (fudeu de vez)!!!!


Enquanto eu estiver sorrindo,
Se pergunte a todo tempo
"No que ela estará pensando?"
Cogite as hipóteses mais remotas
Porque minha mente é certa
Minhas atitudes é que são tortas.


Não sou daquelas que nasceu pra agradar,
Eu incomodo, e SEI incomodar.
Se quer atravessar o meu caminho
Pense que o mundo dá voltas
E um dia,
Quando menos esperar,
A gente vai se encontrar.
Eu sei esperar.

Encontrei por aí...

Às vezes economizo
Saudade

Outras vezes exagero em
Verdade

Economizo lágrimas
Exagero em mágoas

Às vezes me cansa ser forte,
Outras me deixo ser fraca.

Às vezes conto com a sorte
Noutras, rogo praga

O mistério da vida
Há de um dia se revelar

Às vezes economizo silêncio
Outras vezes,
Dou o que falar.

terça-feira, 17 de julho de 2012



Ninguém tem nada com isso com a forma que balanço meus quadris, tampouco com minha risada indiscreta, eu sou um pouco demais pra alguém compreender a olho nu.
É comum a sensação de já ter me visto, conhecido em algum lugar ou época.
Os homens remetem essas lembranças a lapsos de ressaca;
As mulheres, temem já ter perdido algum deles nesse jogo de interesses - quase sexuais.
Passos leves e firmes pela rua, às vezes, no entanto, parece louca rindo de si mesma quando se deixa invadir pela canção que ressoa ao fone de ouvido.
É uma liberdade, infinitamente melhor que voar...quando seus sonhos e você andam juntos, com fundo musical e ainda, como se ninguém os tivessem vendo.
Cantando e sorrindo lá vai ela - ou eu - quem sabe?
O cabelo ao vento, um jeito meio jogado de andar, mas ao mesmo tempo, tem aquele lampejo de que pode seduzir, é só direcionar.
O olhar, encoberto por um enorme óculos escuro, não a impede de ver a luz que emana e a que recebe.
Se a música pára, é como se o encanto se quebrasse, e o barulho da cidade a acorda para a rotina que grita.
Mas é só retornar o ritmo que ascende um brilho na alma, e as nuvens voltam a carregá-la nos braços.
O gingado das cadeiras vai tomando seu lugar, na cadência, no balançar...e lá vai ela... a atenção voltada pra si, com certo ar de curiosidade o mundo pára pra vê-la chegar ao seu destino.




De repente você se dá conta que torce pela felicidade de tanta gente...e eles mesmos, nem sabem. 
E logo você percebe que deseja para os outros aquilo que você tem, ou até mesmo um pouco mais...porque você vive uma espécie de transbordamento daquele sentimento. 
E pensa que se eles viverem um pouco disso transbordarão também, e desejarão o mesmo para outrem.
E assim, numa espécie de corrente cíclica, seríamos repletos de felicidade,
Cumplicidade,
Companheirismo, 
E amor.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A doce arte de gerir pessoas

Gerir pessoas é muito mais difícil do que falam alguns estudiosos da área. Não é uma questão apenas de líderes e colaboradores, de empregador e empregado. Se o mundo se resumisse a essas classes, confesso, acredito que tudo seria muito, mas muito mais fácil!
A hierarquia fala por si, a necessidade do emprego faz com que cada indivíduo se submeta a situações extremas de assédio moral, intelectual e por vezes físico.
Mas esse tipo de assunto eu estudo aos sábados, na Pós Graduação...e não é para tratar das técnicas da Gestão de Pessoas que decidi escrever este post. Isso é fato!

Aprendemos diariamente que devemos conviver em sociedade, evoluir em grupo e fazer parte de comunidades (virtuais ou não). E às vezes me pergunto: Por quê?!
Não vou falar de redes sociais pois já tratei disso aqui e não quero ser repetitiva.
Mas falo em relação a vida comum, o dia-a-dia com as pessoas que nos cercam. Temos sempre que parecer felizes, satisfeitos, bem resolvidos, ativos e financeiramente estáveis.
Já repararam como nos forçamos a isso?! E como é cansativo manter essa imagem que a sociedade nos impõe?
Esses dias ando bastante reflexiva em relação ao emocional X racional, acredito que cada ser humano elege uma "bengala" com a qual se apoia pela vida. Nos tornamos adultos e esquecemos daquilo que priorizávamos como crianças e ainda, esquecemos da máxima religiosa que diz que se sonhamos, é possível ser realizado.
O nosso baú das lembranças está lá recostado na parede dos antigos sonhos esperando que deixemos de fingir e voltemos nossos passos para aquilo que acreditamos possível. Ainda que o senso racional que adquirimos com o passar dos anos tente nos mostrar o contrário.
Mas pra quê lembrar quando fingir é o melhor caminho?! Retroceder é demonstrar fraqueza nesse mundo capitalista e hostil. Onde sentimentos são tratados como moeda e troca e ninguém conhece o íntimo de si mesmo que dirá de seu próximo. Onde a maioria de nós perde seus sonhos pelo caminho e assume sonhos de outrem como seus e por vezes não sabem por onde começar.
Carregar a bengala de pessoa feliz ou infeliz, tanto faz! O que realmente importa é ate onde você conseguirá caminhar. Até onde poderá suportar o apoio vitimizado dessa bengala, que promete uma posição comodamente confortável mas que não passa de uma insana falta de coragem para peregrinar pela vida de cara limpa, peito aberto e disposto a aceitar as tempestades, porque elas existem, mas certamente passarão.
E amanhã, Ah! Amanhã um novo dia vai brilhar!!!

"O homem só envelhece quando os lamentos substituem seus sonhos."

domingo, 20 de maio de 2012

Aos Vinte e Oito


Quando é que deixamos a infância pra trás e ingressamos realmente na vida adulta? Existe realmente um delineador entre essas fases? Ou será que somos eternos adolescentes, sabedores que a criança já se foi e começa a busca pelo respeito que achamos só estar com quem possui trinta e dois dentes?
Em outras culturas, como a indígena, existe um delineador claro destas fases. Existem tribos que quando os meninos atingem certa idade, são submetidos a testes de resistência a dor como ficar ajoelhado em um formigueiro durante um bom tempo. Costumes que podem nos assustar por ser diferente, mas quantas crianças sofrem torturas até maiores e sem o propósito de fazê-las crescer, já que acontecem em idades que não conseguem distinguir bem e mal (se é que o sabemos). Quando não agredidas diretamente, são testemunhas oculares de atrocidades que faz com que qualquer ser humano que esteja construindo seus referenciais, fique em contradição com relação ao que a sociedade mostre ser justo e correto.
Mas será que só a dor é capaz de nos tornar responsáveis?
Por isso não me admira que tantas pessoas queiram ser eternas crianças. Quem em sã consciência (salvo os masoquistas) é voluntário pra sentir dor?  Quando já com mais primaveras do que desejamos nos deparamos com realidades nua e crua, soltamos um bordão infantil “não quero mais brincar desse negócio de ser adulto!”.
Sim, tudo é mais dolorido, mais chato. Ou você conhece alguém com mais de 11 anos que fica feliz da vida por estar correndo alucinadamente? Ou que solta uma gargalhada contagiante ao ver um cachorro correndo atrás do próprio rabo? Já ter visto muitas coisas, se tornar criterioso, ser consciente das coisas que acontecem no mundo ao seu redor nos torna um bando de ranzinzas. Então só morrendo e nascendo de novo pra retomarmos a graça da vida?!
Certa vez li um texto que dizia que a morte não deve ser encarada de forma tão ruim. Que devemos dar mais crédito a ela. Justamente porque tem coisas que não conseguem coexistir num mesmo ser humano. Não dá pra você ser uma pessoa simpática se não consegue despretensiosamente passar por alguém na rua e dizer um simples bom dia. Devemos deixar morrer coisas pra que outras apareçam. Após a erupção de um vulcão, e de seu magma destruir tudo ao redor, surge uma bela flor. Então se queremos mudança temos que nos permitir que algo seja extinto em nós. Deixe o que lhe faz mal morrer, pra dar espaço ao que te faça bem nasça.
“Só depois de você esvaziar completamente sua mente é que você vai liberar espaço para que o mundo entre em sua cabeça.”, essa frase (ou algo bem próximo) é do filme: Comer, rezar e amar, que embora seja bem diferente em vários sentidos do filme “V de vingança” eu vejo esta mesma mensagem em ambos: desconstrua toda tua teoria de quem és e volte a tua essência infantil. Não despreze todo conhecimento adquirido em anos, apenas se reconstrua de acordo com seu alicerce. Não tem como construir um arranha-céu sobre palafitas.
A grande verdade é que estamos sempre nessa eterna mudança e busca, busca de nos reconhecermos em todas mudanças que fizemos pelo caminho por conta das interferências do caminho. É, tipo, sempre me achei o cara mais azarado do mundo, por quê? É que nunca fui muito de sair, mas sabe como é né, o grupo de amigos sempre ia pra night e voltava falando que toda noite era melhor que a anterior. Instigado por essas idéias fui um dia pro tal lugar que meus parceiros falavam. Não vi nada do que comentavam, não achei muita graça e não sei se eles perceberam na minha cara que não tinha gostado, eles mandaram: “pô ontem foi fraquinho, sempre é bem melhor” Depois dessa situação acontecer muitas outras vezes com amigos e lugares/situações diferentes que me dei conta de que todos os dias eram como os que eu ia, só que eu que não via graça nenhuma mesmo.
Decidi seguir o sábio conselho de mãe e fui procurar a minha turma e descobri que tenho muitas turmas, porque não sei o que é essa de que quem curte uma parada não curte outra, quem gosta de MPB não gosta de boate, quem curte teatro e exposição de arte não curte malhar. Não existe a turma dos que curtem muitas coisas?
Descobri que julgar as pessoas e as coisas, delimitá-las, faz com que deixemos de ver e aproveitar muito mais. Afinal as crianças não julgam. E voltamos tentar buscar boas referências infantis para nosso amadurecer.
Após essa descoberta começa uma busca aos valores de criança sendo adaptada pra caber na realidade atual. Nessa busca começamos a nos complicar e misturar pé com mão, acertando, errando, adaptando mal valores, esquecendo outros. Pintores e escritores (embora amador também busco) procuram expressar profundamente seus pensamentos e ideais com a simplicidade de uma criança. Num mundo de mensagens subliminares, quem consegue ter a inocência cruel de uma criancinha e fazer comentários desconcertantes.
E o amor, (ah o amor!) qual criatura com a idade de cristo não gostaria de ser simples e dizer “eu te amo” tão inocente e puro como uma criança (exceto quando elas aprendem a chantagear com isso), ou mesmo ser direto e dizer olhando nos olhos “eu não gosto de você”. Tem sempre um complicador, algo a levar em consideração. Alguns sessentões que conheço dizem que são totalmente diretos e francos, até porque no máximo irão dizer: ah, é a idade. Será que por isso dizem que retornamos a infância quando envelhecemos?
Sei que em praticamente na metade deste caminho deixei morrer, desconstruí muito que havia em mim de infantil, pra renascer sobre meus pilares fundamentas. Depois de tudo que tenho visto por essa minha vida e na de outros, me refaço um ser em paz comigo mesmo. Sabedor que me dou a concessão de ser eu mesmo, renovado, com novos hábitos, hobies, pensamentos. Hoje posso isso por saber que posso ser eu mesmo que você já me entendeu muito antes do que eu!
  
Eu vejo você!




Escrito por Luís Fernando Sobreira - o noivo - 10 dias após completar 28 anos de idade e na véspera de completarmos 5 anos de relacionamento. (14/01/2011)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O futuro não é mais o que era antigamente

Talvez eu fosse mais feliz, não sei!
Mas meu sorriso era mais aberto, mais livre, mais riso!

O olhar era de um brilho
Que a pele iluminava,
e acho que meu ar de ingenuidade
era o que de melhor havia em mim

Pena o tempo não voltar atrás
E ao menos eu poderia saber
onde foi que perdi aquele viço de menina
Para dar lugar a esse peso de mulher

A essa mania de controlar o movimento,
o mundo, as coisas, os acontecimentos

Esse estado alerta crítico,
De adivinhar o que se passa na mente de quem me vê!

De analisar as questões sob uma ótica rígida
Que me rege
Sem que eu tenha noção nenhuma
De onde nem como tudo isso começou
Tampouco se terá fim

Os céus poderiam me conceder a graça de retroceder para prosseguir
Só às vezes...
Mesmo que meu íntimo não me permita tais momentos de fraqueza
Meu espírito clama por um amadurecimento necessário

Eu simplesmente acho
Que tudo não é mais como era antigamente
E que o futuro faz da gente
uma escultura grosseira daquilo que quando crianças
Não pensaríamos ser.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sem sentido


A minha alma hoje silencia,
por milhões de palavras antes ditas.
Malditas!
Vivo a insensatez de fazê-las ganharem sentido
Quando na verdade não há sentido algum...

Meu silêncio hoje grita,
por tudo que calei um dia.
E sem saber que todo silêncio era na verdade,
a parte mais verdadeira de mim que escondia em gritos de atenção
que fizeram de mim esquecida.

Agora me lembro da vida que deixei pra trás...
Quando dei às palavras o prazer de deixá-las ir
sem dizer-lhes onde deveriam chegar....
Hoje há uma ausência de vocábulos
que traduzam extamente o que sinto.
O que antes dizia sem sentir, hoje não faz mais sentido.

É uma ilustre sensação de permanecer quieta
com tanto sentimento,
mas sem ter como exprimí-los, sucumbo-os ao vazio do meu ser.
Resta me apreciar de "longe"
Tentando decifrar certas reações do meu corpo,
quando minha mente vaga sem destino algum.

07/05/2008

Singelos Poemas

Quando o amor surgiu...
Surgiu daquele beijo estalado no rosto,
que me pegou na curva.
Daquele convite "ingênuo" de passear pela rua...
Da camisa branca de botão meio aberta no primeiro encontro.
Do sorriso de "já ganhei" em meio a multidão.
Surgiu quando fez de mim o seu show...
ainda que no palco o Paralamas tentasse fazer Sucesso...
Das armadilhas da conquista, das frases de efeito, das mensagens de amor,
do "bolos", atrasos e afins.

Quando o amor surgiu...
Ah!!Eu vi o céu de cabeça para baixo,
e as estrelas brilhavam mais intensas e tudo,
tudo passou a ter sentido!!
E até uma blitz policial virou página de romance...

Do nosso amor nasceu a minha paz,
Que encontrei nos seus braços, nos seus beijos, no seu corpo.
Nossas pequenas aventuras são grandes histórias,
dignas de aplausos...
Os obstáculos só fizeram esse amor aumentar,
E hoje tenho em você meu porto,
O lugar mais seguro...
Onde choro, e onde meu riso é mais sincero.
Onde você me acalma quando eu me desespero.
E mesmo quando vai...eu te espero (sempre!!).

Não há palavras que definam, ou expressem
Tudo que sentimos e já vivemos,
É tudo tão intenso, contínuo, insano, ingênuo...
É tudo de mais contraditório e ao mesmo tempo perfeito,
Que é como se eu sempre estivesse esperado por você...
Até o dia em que você clamou por mim!

Escrito originalmente em 10/04/2008

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Fados...

Ando fugindo das letras, como quem foge de um felino na noite escura
E sinto dentro de mim a brandura de alguém que precisa se aninhar
Pra compreender a tempestade que rompe os céus dos pensamentos.

É preciso fincar os pés fora da rima para deixar
Que as palavras fluam através de minhas mãos que digitam vorazes
A dor do peito que quer explodir ao som do fado.

  Minh'alma de pura angústia soluça a candura de um alguém
  Que murmura em um canto sua dor
  De amor...

  Fala aos meus ouvidos e ao meu coração
  Parece que é o passado que me chama
  Através de uma simples canção

  Como se fosse abrandar um sofrimento inexistente
  Deixar que tudo isso floresça em mim
  E doa como o corte profundo na carne


A solidão profunda a condoída
A vontade de voltar pra onde nunca fui
Ou de onde nunca saí.


É um lamento tão forte e ao mesmo tempo tão confortante
Que por um instante sinto o sangrar de um corpo que não o meu
Por uma paixão perdida que não a minha.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Perda...

O que dizer para alguém que você gosta quando esse ser perde alguém que ama?
A incrível ausência do que dizer toma conta.
Ao mesmo tempo que o lacrimejar dos olhos é meio incontido.
É como se a dor fosse um pouco minha também.
Como se pudesse e quisesse dividir meio a meio contigo.

Uma sensação estranha
Vontade de cuidar, de aninhar no colo até esse desespero passar...
De fazer de conta que vai ficar tudo bem.
E se não ficar?
Faria o possível para tornar as coisas mais fáceis, te tirar o medo...

Pequenas demonstrações de afeto,
Aquela coisa de sentir a dor do outro
Ver pelo mesmo ângulo
Querer estar perto.
Sentimentos que fazem a vida da gente valer a pena

E ainda que pela manhã a minha rotina continue a mesma
E o vazio perdure no seu peito
A ausência no dia-a-dia doa a cada segundo,
E a saudade só aumente...

Por mais que eu não possa mudar nada do que já aconteceu...
Posso te fazer companhia até essa tempestade passar,
Até você ficar de pé e seguro,

Porque é para isso que os amigos vêm ao mundo.
Para ficar perto (mesmo que esse perto seja longe), rir, brincar, partilhar segredos e travessuras,
Mas acima de tudo
Os amigos servem para dar o ombro e a mão quando for preciso.

domingo, 11 de março de 2012

Vamos falar de amor em um tempo moderno
E vamos esquecer a quem se destina
Vamos sofrer decepções e com mentiras
Mas vamos sorrir e sentir-nos amados
Como naquele dia

Vamos acordar de manhã com um bilhete transcrito "Te amo, e tenho dito!!"
E passear de mãos dadas sob a lua cheia.
Lembrar da mão que afagou a minha num instante profundo
E como tornou pequeno o mundo
Naquele tempo de não sei quantos segundos.

É tão sutil, cada dia...
Reconhecer o sorriso,
A tristeza, a alegria
O silêncio
A nostalgia

E dormir abraçados
E cantar feito loucos
Saborear um novo gosto
E descobrir que amanhã
É só começar tudo de novo

sábado, 25 de fevereiro de 2012

2.7

O cronômetro do tempo zerou mais uma contagem
2.7 lá está marcado!
Um filme passa de repente, me fazendo lembrar de todo caminho percorrido
Me faz pensar em tudo que ainda há de se viver..
Os sonhos, as fantasias
As desilusões, os aprendizados
Depois de um tempo você passa a odiar aniversários
(Só um pouquinho e só de vez em quando)

Não dá pra saber se essa contagem é justa
Não dá pra saber quanto tempo resta
E passo a querer buscar tudo que me complete e me leve
a morada dos 7.0 tranquila, serena.
Sem arrependimentos ou angústias,
Sem ter deixado muitas coisas pra trás

A gente se cobra mais a cada virada do calendário
As buscas aumentam
Os vazios aumentam
A sensação de estar perdendo tempo aumenta
O cheiro de chuva não é mais o mesmo
A dor nas costas passa a existir
O penteado não é legal
O príncipe vira sapo
Os desejos viram papel picado
E se você deixar...levam tudo de melhor que se tem
O sorriso, a leveza, a fé
Aquele modo especial de dizer "amém"

As pessoas não poderiam ter esse poder
De desvendar as magias de nossas vidas
De apagar ou reduzir o brilho das nossas fantasias
De nos fazer repensar aquilo que temos como rito,
como ponto de chegada,
Ou de partida.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Origem...

Sinto meus pés nas terras do Fado
E meu peito já cansado de tantas desventuras
Tira de mim os poucos suspiros que ainda me restam
Não tenho mais a alegria de menina
A vida têm me dado poucos motivos para sorrir de verdade

Os queridos já não são tão próximos
Os próximos deixam de ser, em dias comuns, tão queridos
As plantas já não me ouvem conversar
E minha rotina se tornou vazia e cansativa

Houve um tempo que a vida era simples
Mas, ah! Era uma só fantasia!
Tenho medo de não ser mais tudo que fui um dia
E de esquecer quem sou agora!

Meus passos não são tão firmes
Mas minha personalidade é cada vez mais forte
Há que diga que estou ranzinza...
Mas isso não é verdade!

Nesse mundo moderno
Ainda não me encontrei...
Conversas virtuais, relações sem contatos
Emoções mornas...

Gosto de tudo com regra, seguindo as normas...
Se é pra sair que seja cedo,
Se todo mundo colabora o fardo não fica pesado.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Alegria!!

Oi!
Venha fazer parte desse mundo de alegrias
Onde tudo é colorido
E o amor é purpurina!

Ei!
Jogue essa aflição lá fora
E feche a porta
Aqui, AH!
Aqui não há espaço pra tristeza!

Vem!!!
Deixa de lado esse baixo astral!
Sorria!
A gente pode ser feliz ainda!

Não há espaço para falta de alegria
O mundo é vasto e podemos fazer dele um lugar tranquilo
Vem comigo!
Podemos dançar um pouco..

Um passinho pra lá
Outro pra cá
E assim pode ser a vida
Uma lição de cada vez

Tudo bem lentamente...
Podemos ficar estafados e casados
Mas também podemos ficar embriagados
Não de problemas ou carregando fardos

Podemos ver nascer um novo dia
Todo dia
Dê chande ao amor,
Dê chance a vida
Se entregue,
Se largue
Se embriague DE ALEGRIA!!!!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Nostalgia e um pouco mais

Tenho às vezes vontade de ser o que não sou
Sentir o que só sei que existe
Viver aquilo que vejo em filmes

Tenho vontade de voar mais alto
De ouvir aquela melodia
Morrer de nostalgia

Sinto muitas vezes como se a vida fosse curta
E outras, longa demais
Um beco sem saída

Um estrada, uma avenida
Um caminho de pedras
De trevas!

Tem lá seus dias de verão
De amor e paixão
De flores

De leveza das dores,
Mas a impressão que dá
É que são poucos em valores

Sinto saudades de caminhar devagar
De ver a banda passar
Deixar a lágrima rolar

É uma insana magia da rotina de cada dia
A de roubar pouco a pouco a alegria
Das coisas simples que se leva na vida

Ainda sobra de mim,
um pouco daquilo que fui
Sem muitas pretensões de algo mais

Mantenho acesa a chama
Para amar quem me ama
E nada mais.






segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Incrível como as músicas regem sentimentos
Nosso corpo é como uma orquestra
Toque uma sinfonia!!

Entendo minhas emoções naquilo que escrevo
Sinto, vivencio naquilo que ouço
Casar esses sentimentos é uma fusão sublime e feliz!

É difícil descobrir a melodia...
Uma receita infalível,
um certo tom de magia.

Cante uma música e deixe-me bailar
As pontas dos meus pés tocam levemente o chão
meu corpo parece flutuar.

É como me vejo, como me sinto!
É o modo mais simples de me sentir parte desse universo confuso
Onde letra e música andam do lado oposto da rua

Onde a verdade e a mentira são ditas nua e crua
Tão próximas e evidentes
Que mal dá pra discernir.

Cante, conte-a pra mim!

Posso não ser quem você deseja
Nem ter o senso de humor tão constante,
Posso ter um milhão e meio de defeitos
E quem sabe amanhecer um dia meio feia
Posso não te querer tanto hoje como ontem
E sei que uma hora isso vai acontecer
Mas o que fazer?!
A gente pode viver assim,
Eu fingindo que não vivo sem você
E você, que não vive sem mim
Até que a morte nos separe!
Saudade de escrever
Saudade da inspiração daqueles dias
De contar tudo em letras e poesias
Vontade de ter de novo aquele arrepio na espinha.

Cantar pela manhã sem mesmo me dar conta
Viver o pequeno faz-de-conta
Pensar que o mundo é apenas um metro quadrado qualquer
Onde um homem e uma mulher

Se entendem no olhar
Se embolam numa dança sem música
E se tornam um ser completo
E complexo

Sem pensar
Sem esperar
Apenas o momento importa
E o lá fora não existe

A memória insiste
O corpo resiste
A sanidade persiste
Ainda que essa alma deseje se perder

Se prender.