segunda-feira, 28 de março de 2011

Em pedaços...

Esses dias foram difíceis.
Difíceis para encontrar inspiração para escrever e para libertar meus sentimentos.
Sofri a perda, a doce perda de ver um amor inocente partindo e nada pude fazer.
Isso dói. Dói muito.
E os sentimentos são tão inimigos nossos que uma perda faz você cair em um buraco tão profundo de dor e lágrimas, e faz relembrar tantas coisas que se foram.
Tantas vidas que escoaram pelas mãos,
Sentimentos que poderiam ter sido melhores vividos,
Fatos que poderiam ter sido evitados.
É uma mistura tão confusa, tão doída, tão...intensa, imensa, insana!
Que me faz entregar atitudes infantis, românticas, platônicas.
Afasta de mim coisas e pessoas, que eu só queria...perto!
Estou intensamente consumida por uma dor tão minha, tão única, que sou capaz de chorar por horas sem que minhas lágrimas sequem.
Que sou capaz de andar milhões de kilômetros na tentativa de fugir de mim
E ao me encontrar adiante, começar a traçar o caminho inverso, sem me dar conta.
Estou triste. E sei que poucos um dia saberão que esse momento se passou.
Alguns levarão marcas.
E apenas um terá que se reerguer pra continuar.


 


sábado, 12 de março de 2011

Ser "alguém na vida"

Quando somos pequenos nossos pais nos ensinam que temos que estudar para "ser alguém na vida" e hoje, nessa madrugada de sono confuso, que vai e vem, eu digo:
- "Ei mãe!!Eu estudei! Me diz agora quem eu sou!? Me diz agora que vida é essa que espera por aqueles que estudam, que lêem, que se mantém informados, que falam um segundo idioma, que são "antenados". Me diz agora que, tenho tudo isso assinalado, qual é o próximo passo?
Não há caminhos que alguém possa percorrer pela gente, essa é a lição que aprendi. Temos que trilhar o caminho e de preferência com os próprios pés.
Estudamos, nos antenamos, casamos, procriamos...em busca do tão falado FINAL FELIZ, o "lá  na frente" a que alguns mais velhos se referem. E me pergunto: E se o final  não for tão feliz assim? E onde fica esse bendito final? Quando eu sei que é o final?
Final é chegar aos 60 anos e enumerar os feitos, as conquistas, contar os netos correndo pela casa, os diplomas pendurados na parede e sentados na cadeira de balanço dizer: Valeu a pena!?
É só isso?!
Eu sou e estou nesta noite, nostalgicamente analítica com a vida e sabe, acho que o mundo está analítico e lógico. Acabaram-se as tradições, não fazemos mais os "rituais", família se tornou um conglomerado de pessoas, de certa forma, estranhas. Onde ninguém conhece ninguém, não se dialoga, nem partilham os anseios e os fatos do dia.
É frio e chocante pensar assim, eu sei. Mas me diz então qual a essência da vida? Se o mundo vai caminhando nesse passo onde somos levados por uma onda de  que temos que ser "capazes", porque os incapazes serão excluidos do "sistema". Que sistema?! Um bando de burocracia impostas por nós mesmos a nós mesmos e a nossos "hermanos"?! 
Ah! Entendo! É uma maneira simplista de dificultar as coisas.
Eu não estou pessimista, nem estou pouco entusiasmada, apenas estou querendo um pouco de reflexão. Somos criados baseados no fato de que um dia teremos tudo aquilo que o dinheiro pode comprar, claro, mediante estudo, uma boa escolha profissional e conhecer pessoas influentes. Traçamos nossa adolescência como uma troca justa entre diversão e interesses. Prazeres e disputas. Amamos os nossos amigos, contanto que sejamos o primeiro da lista e que o grupo goste mais de mim do que de qualquer outro, lutamos bravamente por um espaço no grupinho popular, chamamos a atenção, viramos os olofotes. A vida é um ciclo que se repete. E quando vejo os jovens de hoje , lembro que dia desses eu tava nessa batalha que, hoje, percebo não faz diferença nenhuma quem ganha ou perde. 
Se você é o CDF ou o desleixado, o popular ou o "invisível", a gata ou a patinho feio.
A essência é o que vale. O que somos, o que formamos de caráter com as lições que a vida nos dá é o que fica. E não importa muito quantos certificados você tenha pendurado na parede, basta um ideal, manter a rota, identificar os percalços do caminho, chorar no colo da mãe de vez em quando, e seguir em frente. 
E se ser alguém na vida, dependesse de diplomas e certificações, o cargo mais alto de um país, não teria sido ocupado durante 8 anos por um cara que não tinha graduação, não falava outro idioma,  apenas aprendeu com a vida, manteve o ideal e sonhou.

sábado, 5 de março de 2011

Há algum tempo não escrevo no real sentido que há em mim, essa tranfusão de pensamentos e sentimentos que tenho com o mundo ao redor, com meu universo interior.
Andei tentando me encontrar nesse mundo moderno, confuso e pouso coeso.
Sou contraditória, sou pouco firme nas coisas que quero, vagueio a mente sem rumo e sem tino
Sinto mais do que penso, racionalizo mais do que vivo,
sinto e arde em mim uma sensação louca de sair pelo mundo gritando as verdades que minha carne sente queimar, que minha mente percebe sem eu querer.
Não quero ser a careta, mas a saidinha não é meu tipo.
Não dá pra dividir em duas partes o coração de um amor, mas bem que se poderia.
Não dá pra ter liberdade de expressão numa época pós repressão, onde caes de guarda avaliam cada linha que escrevo querendo julgar com a censura de noutro dia minha conduta, meu ser.
Não vou me render
Se não quer assim, não queira.
Caio fora, de um hora pra outra.
Eu sou do desatino, eu me desalinho
Vou pular da janela do meu quarto, são 1,20m de pura adenalina.
São as mentiras que escondo e as verdades que revelo que me dizem que devo seguir
E por mais que eu, que você e que nada
faça o menor sentido
Eu insito...
Viver é o que há de mais profano e estranho.
Mais dopante e anormal.
A vertigem da ida e a incerteza da volta,
O beijo roubado,
O amor que não se tem,
A vida la fora...
O mundo...o trem
Tudo é como deveria ser...ou não...
Onde errei,
onde estou quando nada em mim está?!
Onde todo meu sangue foi parar?!
cade a pulsação de noutrora, aquela coisa de esperar o passar das horas
Aquela sensaçao de chicle de menta na boca
e a vontade que arrepia o corpo quente...
Pra onde foi toda gente?