quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Não sei por que mas na maioria das vezes que venho aqui penso em escrever algo que começa sempre com "talvez".
E hoje, na ânsia de transcrever o que senti durante o dia, já ia começando traçando as letras de mais um "talvez "quando me contive.
Talvez haja muito talvez na vida de alguém com muitas certezas internas.
Muitas vezes pareço viver em um mundo paralelo ao que projeto na minha mente.
Esses dias tenho me ouvido tanto e tão pouco.
Minhas ânsias não têm me levado a lugar algum, mas de verdade, eu não quero sair daqui.
Eu quero naufragar nessa minha rotina de mim.
Nessa coisa de me encontrar de frente ao espelho, sorrir, me chamar de "linda" e traçar uma lista de afazeres domésticos e intelectuais e logo depois passar a borracha e me jogar no conforto do sofá.
Gosto de ouvir as músicas do meu passado ressoando no rádio e lembrar do tempo que cada uma delas percorriam as minhas entranhas e percebo como é diferente ouvi-las agora (nem todas, confesso!).
Aprecio o melhor que há em mim ao mesmo instante que projeto planos para um futuro de alguém que ainda não sou eu. E pareço me frustar quando me percebo diante das minhas próprias expectativas.
O fato é que eu ainda não me desintoxiquei da vida de ter uma rotina pré determinada pelos interesses de outrem que não os meus.
E certo é que isso leva tempo, talvez o mesmo tempo que levei pra construir uma "carreira" em algum lugar e esqueci de ser a melhor profissional de mim mesma.
Autoconhecimento deveria ser o principal ensinamento das escolas e universidades.
Enquanto isso se passaram 50 dias que estou convivendo apenas comigo.
E que bicho estranho sou eu.
Mas um bichinho fofo! :)

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Talvez um dia eu entenda a razão porque gosto de montar quebra-
cabeças.
E talvez eu saiba o porque o cheiro da canela me faz relaxar.
E o porque a sensação de estar conectada toma meu corpo quando meus pés descalços tocam o chão.
É impressionante o nosso despertar para a vida.
É extasiante a forma como as palavras voltam a povoar a mente.
Já não sou mais a menina-mulher que outrora começou a escrever suas letras.
Hoje eu vi o mundo! Eu vi o mundo com os olhos da alma.
Eu andei de metrô e eu senti cada pessoa que dividia o vagão comigo.
Pude notar suas angústias e suas tristezas.
Seus sonhos e suas conquistas.
Hoje eu respirei o ar mais puro que o pulmão humano pode sentir:
A liberdade de ser quem é.

Hoje eu voltei a um passado nem tão distante.
Aquelas ruas, quantas sensações!
Me lembrei menina, admirada com tantas coisas ali oferecidas.
Lembrei de como minha mãe encantava a distância percorrida.
E me vi em um futuro próximo contanto sobre essas sensações a um filho.

A cidade mudou, a minha história mudou.
Hoje não sou mais uma moleca saltitando nas calçadas da Rua do Ouvidor.
Hoje eu fui a pessoa mais livre que meu corpo e minha alma conseguiram ser.
Atravessei os novos trilhos que me levam ao futuro.
E disse "Bem-vinda ao lar, Bárbara"!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Há quanto tempo eu não volto às letras.
E relendo sob lágrimas uma postagem deste pequeno diário
que guarda tantos sentimentos que deixaram de caber em papéis;
Sinto que cada parte de mim clama o retorno à escrita,
a exposição dos meus mais profundos sentimentos.

Quantas coisas já aconteceram depois das últimas letras aqui dedilhadas,
Quantos rascunhos não postados pelo medo incessante de julgamentos que não fazem um sentido qualquer dentro daquilo que vivo de fato.
As letras me consomem vorazmente e a vontade incessante de ter o que dizer
se faz em silêncio por diversas vezes.
Sei que parte de mim sangra a saudade daquele caderno ao meu lado na cama,
onde expressava minhas dores (que hoje sei, não existiam)
vivenciadas de tal forma que pareciam sangrar dentro de mim.