sexta-feira, 6 de abril de 2012

Fados...

Ando fugindo das letras, como quem foge de um felino na noite escura
E sinto dentro de mim a brandura de alguém que precisa se aninhar
Pra compreender a tempestade que rompe os céus dos pensamentos.

É preciso fincar os pés fora da rima para deixar
Que as palavras fluam através de minhas mãos que digitam vorazes
A dor do peito que quer explodir ao som do fado.

  Minh'alma de pura angústia soluça a candura de um alguém
  Que murmura em um canto sua dor
  De amor...

  Fala aos meus ouvidos e ao meu coração
  Parece que é o passado que me chama
  Através de uma simples canção

  Como se fosse abrandar um sofrimento inexistente
  Deixar que tudo isso floresça em mim
  E doa como o corte profundo na carne


A solidão profunda a condoída
A vontade de voltar pra onde nunca fui
Ou de onde nunca saí.


É um lamento tão forte e ao mesmo tempo tão confortante
Que por um instante sinto o sangrar de um corpo que não o meu
Por uma paixão perdida que não a minha.

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