sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Carta ao passado

Caro passado,

Hoje escrevo-lhe estas palavras tentando por hora deixar esclarecida toda situação que houve entre nós. Caso não saiba, ou eu mesma não tenha dito.
Seria eu uma menina ingênua e tola que deixou de aproveitar certas muitas coisas da vida naquele tempo, mas que hoje, busca ser tudo que teve vontade um dia.
Tenho sim meus dias de fúria e de mansidão, mas sabe-se lá quem não os têm. E sabe mais, não me arrependo de muita coisa, não. Até por que na época, aquela guria era quem eu era, e era o melhor que dentro das minhas limitações eu conseguia ser.
Sim, eu fui travada e solta, carinhosa e estúpida. Tola, boba e esperta, muitas vezes no mesmo instante em que me fazia de forte e fui fraca.
E vai entender quem um dia não foi assim...

Ah!Eu diria melhor, você não soube se aproveitar de mim. E não soube mesmo!
Porque hoje, analisando quem eu era e tudo que o que vivi contigo, percebo claramente que fui fácil de ser levada por vários instantes. Mas você me respeitou (droga!) e me manteve firme e séria. Sóbria e certa.

Tem lá suas vantagens em ser assim, eu sei. Consegui ser a melhor da turma (coisa de CDF); Me formei (sou Assistente Social); E hoje, sou profissionalmente ativa e feliz.
Mas vá lá que uma dose extra de emoção caía bem nessa história.

Hum...falando em emoção, lembra quantas vezes eu chorei e flechei coraçõezinhos com o nome do bem amado do momento?!Nem eu.
Mas acho que vem daí essa minha sina por coisas platônicas e paixonites agudas profundamente insanas e praticamente impossíveis, mas que despertou em mim a coisa que de preciosa guardo. A vontade de escrever.
Ah! O que seria de mim sem essas idéias loucas, um papel e uma caneta. Hoje, um computador e um cadastro no Blogger. Foram muitas páginas de caderno, páginas da minha vida que tornei poesias, contos, cartas. Que nunca foram e nem serão enviadas.

Escrevo hoje apenas para dizer o quanto foi bom termos partilhado momentos bons e ruins. Para dizer que as dores e perdas que sofri ao longo desse caminho me fizeram forte. Que a mulher independente que me tornei, foi graças aquela mesma menina ingênua e tola que ainda tem o sonho de alcançar o céu com as mãos e que procura um ponto alto para apreciar cada pôr-do-sol.

Obrigado por tudo que me ensinaste, mas nosso caso terminou.
E hoje, esse simbologismo de um adeus é apenas para garantir a fidelidade que tenho a meu presente. Que espero eu, traga muitas emoções e aumente em mim a sensação de liberdade e a vontade de viver que me desperta a cada dia.

Att,

Bárbara Marinho.

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