segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Redes Sociais

Em uma época de contatos "on line" - "off line" sempre me pergunto aonde essas coisas vão parar. Qual será o fim derradeiro pra tanta difusão de informação, tantos "amigos", contatos, tantas redes sociais com tantos fins diferentes? Se você quer arrumar um flerte entre para o "Badoo", se você gosta de ler, cadastre-se no "Scroob", se você quer amizades, joguinhos e "conhecer" virtualmente pessoas, tendo em mente a finalidade de sempre se expor e ver a vida alheia exposta, entre para o "Orkut" e atualmente para o "Facebook", que eu admito gostar mais por ter um visual mais dinâmico. É mais rápido de acessar e você não precisa entrar no perfil dos seus conhecidos para saber o que eles andam fazendo, lendo, vendo. A versão nova do Orkut teve essa mesma intenção, mas ficou complicada, pesada e com muitas informações inúteis, diga-se de passagem.

E partindo do ponto que hoje em dia passamos pelas pessoas e não cumprimentamos, e depois estamos no chat "on line"  falando e contando segredos, dizendo que "adoro tc com vc". Ou pior, moramos na mesma cidade, no mesmo bairro e vivemos digitando "Amigaaaaa, saudades!". Uma bicicleta no meu tempo, resolvia tudo. Curtimos uma balada, mas ficamos o tempo todo posando para fotos, ou mesmo lamentando não ter trazido a cam ou mesmo não ter ainda um Smartphone pra enquanto vai de casa pra balada ir postando "uhuu...é nois galera!!Essa noite vai ser show, vamus beber todas!" ou mesmo, "gente, que casa linda, estou encantada com a casa luxuosa que entrei agora, vocês não fazem idéia!". Tenho medo disso.

A internet facilita muito a nossa vida. Passamos a separar as pessoas por grupos, colocamos em nossos contatos o sobrenome com o lugar de onde conhecemos ou o setor da empresa que trabalha: "Rejane Pilates", "Roberto Telefonia". Poupa um tempo danado! E você vai mudando e se adequando a cada faceta desse mundo moderno que, quando passa o tempo nem imaginamos onde tudo isso começou. A exemplo do meu primeiro dia no FB...pra quem não entende, Facebook. É verdade minha gente, no primeiro dia eu nem sabia como tudo funcionava e achava uma perda de tempo ter criado uma conta nesse troço. Hoje, antes de abrir meu e-mail (pessoal, comercial, de lazer), abro o Face. Comento, curto, posto links, compartilho. E de certo, não imagino mais o dia passando sem eu dar uma olhada, mesmo que rápida, no que anda rolando na rede.

Mas nesse tempo em que a gente é quem parece ser nas redes sociais não sei bem a imagem que eu passo, e nem me preocupo muito com isso. Ok, o discursso de Big Sister de que eu "sou eu mesma a todo momento" e "tenho muitas qualidades ainda pra mostrar" já está batido demais pra ser usado aqui neste espaço. Mas o que quero deixar claro e quem sabe até refletir mais um pouco sobre isso, é que enquanto muita gente se preocupa em parecer popular, em adicionar entidades, órgãos, lugares e pessoas que nunca conheceram, visitaram ou sabem como é, eu vou vivendo do meu jeito e deixando "a vida me levar". Posto fotos que acho bacana, adiciono comunidades que tem a ver REALMENTE comigo. Só adiciono pessoas que sei quem são ou mesmo que tenha conhecido "on line" mas por mim mesma, amigos de amigos só quando rola aquele papo legal "me acha no orkut de Fulano que eu tô lá".
Particularmente, acho que aqueles que adicionam amigos de amigos, redes de amigos, comunidades e outras coisas mais que não é algo inerente a sua personalidade, aos seus conheimentos, ao seu gosto e admiração pode ter um distúrbio de personalidade, uma anomalia, algo que deve ser tratado por profissionais de saúde, da Psicologia ou até por um Psiquiatra. É uma espécie de doença do Novo Século.
Afinal, a internet pode te dar a opção de parecer ser quem você de verdade ao se olhar no espelho, ao deitar no travesseiro, não é. Você tem a opção de se tornar no seu albúm de fotos "familiar", "baladeiro", "pegador", "A sarada na praia", " a solitária intelectual", e outras tantas personalidades que admire. E isso já é um tanto quanto esperado nesse mundo virtual. Mas quando você começa a querer ser outra pessoa, a ter os amigos que ela tem, a ser parte daquilo que ela é. Isso é muito grave. E hoje em dia, é dificil conviver com isso. E sem isso. Você tira uma foto, "roubam" e postam. Você é o tempo todo chamada de "amiga" e recebe convite de possíveis "amigos" que você nunca viu, sabe quem é ou de onde veio. Por conta disso eu "só adiciono quem conheço" (nome de uma comunidade do Orkut) ou mesmo sei quem é e de onde é. Eu limpo frequentemente minha lista de "amigos", minhas preferências, minhas opções. Porque a gente muda toda hora. E nas redes sociais, a mudança contínua garante a exclusividade.

Findando este post imenso, deste dia tenso, mas tranquilo. Eu só peço um pouco mais de "identidade", de personalidade, ainda que virtual. Eu desejo profundamente que as pessoas sejam elas mesmas, por mais que todos nós tenhamos, de certa forma, uma necessidade interna de querer ser algo diferente a cada amanhecer. Não podemos perder nossos valores para estarmos "antenados", nem tampouco ter 5.000 fotos postadas para mostrar quão movimentada é a vida.
O mistério de ser desvendado, em um primeiro encontro hoje em dia acaba quando o ser desejado diz: "Eu li no seu perfil que você adora flertar, encontro às escuras e curte micareta".
A que ponto chegamos.

Abreijos!

2 comentários:

  1. Uma vez escrevi que "somos eternos atores tentando interpretar nossas concepções de vida."... enquanto fazemos isso na vida real até é interessante, pq assim que construimos nosso caráter e personalidade, é assim que vamos pulando da infância pra adolescência, até de tanto tomar sustos a cada vez que nos olhamos no espelho, seja por um corte de cabelo nada haver contigo ou por não se reconhecer em algumas atitudes, conseguimos nos encontrar e "descobrir quem somos para o ser de propósito".
    Muito antes do second life, já se exercitava isso. A internet te permite ser quem quer e sem precisar se assustar com a imagem refletida, pq aqui vc é de mentirinha, ninguém te vê, tudo pode, todos fazem o mesmo. Tudo se desfaz se não registramos, dividimos, comentamos ou curtimos.
    Sou saudosista quanto algumas atitudes, não à tecnologias. É muito interessante tirar uma foto e não se preocupar se ela queimou (ou velou para os mais velhos, rs). Vc sabe se a foto ficou legal e com a opção de bater outra se preciso for. Mas tudo tem limites. Diante de belas paisagens, não nos preocupamos em capturar a imagem em nossa mente. É bom demais se lembrar duma bela paisagem, com o Sol se pondo, ao lado de pessoas legais. Se não tiver registro nenhum, vc é capaz de visualizar este momento por tantos ângulos, sensações e cheiros que nenhuma foto será capaz de captar.
    A tecnologia veio pra somar, não nos roubar essa capacidade. Quando as coisas eram escassas, quando bater uma foto era apenas um momento (ou no máximo 36) de um passeio, isso não tomava todo o tempo. Agente interagia mais entre si e embora se tivesse clicado algumas vezes, sempre queríamos absorver o máximo de sensações pq nunca se podia confiar no fotógrafo ou se o filme ia vingar.
    Isso me ficou como um vício e com uma máquina na mão me vem uma vontade de capturar o momento, e por alguns minutos me dano a tirar fotos, pra no minuto seguinte já não achar mais necessário e querer exercitar minha mente falha que, embora nem lembre de todos os detalhes, grava todas os bons sentimentos, me deixando quase sempre com boas recordações da minha vida.
    Quando deixarmos de viver para mostrar e começarmos a viver pelo que queremos sentir, começaremos a usar todos esses espaços virtuais como uma ferramenta de ligação entre pessoas da nossa vida ao invés de ser nossa vida.
    Quer seja com uma fotografia ou qq outra coisa, qdo sabemos dar o valor real, nem demais ou menos, elas tomam seu devido lugar. Pena a maioria só entender o verdadeiro valor qdo se fica com medo de perder o que lhe parecia abundante. Só lembramos de economizar água qdo queremos tomar um banho atrasados para o trabalho e não há.
    Chegamos num ponto onde as "relações são líquidas". Temos tantos contatos virtuais que se não estiver on line, mal lembramos que existe.
    Em época de Rio 50º, pq não deixar o PC desligado junto com o ar condicionado e se encontrar pessoalmente com seus amigos e tomar uma gelada.
    ECONOMIZEMOS ENERGIA, NÃO MOMENTOS!!!!!

    "Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
    eu não encho mais a acasa de alegria.
    Os anos se passaram enquanto eu dormia
    e quem eu queria bem me esquecia.

    Eu não caibo mais nas roupas qu eu cabia,
    no espelho essa cara já não é minha.
    Mas é que qdo eu me toquei achei tão estranho
    a minha barba estava deste tamanho."

    Post longo, comentário idem, rsrsrs...

    Parabéns pra gente!!!!!
    Nos amo!!!!

    ResponderExcluir
  2. A que ponto chegamos?! Chegamos ao ponto em que a palavra amigo não tem mais o mesmo significado de antes!

    Mas também chegamos ao ponto de poder estar um pouco mais perto de quem não vemos há tempos, mas tanto gostamos!

    Chegamos ao ponto de nos darmos ao "luxo" de não telefonar mais para saber de alguém. Basta entrar em alguma rede social e se dar por satisfeito e ver o "perfil" ou "recado" de um "amigo"!!!

    Chegamos ao ponto em que nos aproximamos e nos afastamos de quem gostamos!

    Adorei os comentários!!!

    Beijocas de: http://pequenocaminho.blogspot.com

    ResponderExcluir