domingo, 31 de março de 2013

A arte de não ser feliz sozinho.

Passamos muitos dias de nossas vidas procurando a nossa metade,
Acreditando que só seremos felizes no dia em que estivermos "inteiros",
Que a busca incessante pelo alguém que vai preencher àquele espaço que trazemos no peito
É um ciclo natural da vida e que,
Flechar coraçõezinhos com nosso nome atrelado ao de outro alguém
Faz a vida R-E-A-L-M-E-N-T-E ter sentido.
O tempo passou e com o advento desse mundo virtual
Tenho visto cada vez mais tentativas explícitas de se "encaixar" com alguém (ou EM alguém),
De casar a tampa da panela, de completar a laranja com a outra metade,
De encontrar a alma gêmea, de ter uma grade história de amor,
Um príncipe encantado ou mesmo, a mulher perfeita,
Apenas para compartilhar com os outros esse momento.
Isso me assusta hoje, como sempre me assuntou antes...
Não que hoje, casada, eu me sinta ainda incompleta, infeliz, ou sei lá,
Com alguma peça faltando no meu "quebra-cabeças do amor".
É justamente o contrário, por sempre ter me achado completa, inteira e intensa
Nunca foi preciso encontrar o que faltava e sim o que me complementava
O que é diferente, extremamente diferente.
Não que eu não tenha escrito poemas,
Gravado meu nome em arvores ao lado do bem-amado,
Chorado ao ouvir Good Times, 
Passado algumas dezenas de noites em claro sofrendo por amor.
Sim! Porque cada um era um amor! E cada vez mais intenso e fluído, pra não dizer passageiro.
Foram as noites mais "produtivas" da minha vida!
Me descobri amiga das palavras...e tornei tudo que vivia em poesia.
Aprendi a rimar e a soluçar cada lágrima transcrita ali,
Naquela folha de caderno, nas páginas de um diário.
E é justamente nesse ponto que minha concepção distoa do mundo atual
Cada dia que passa vejo fotos de rosto colado,
Paisagens paradisíacas,
Juras de amor eterno sem nenhum sentimento autêntico,
É como se todos vivesses a mesmíssima intensidade de sentimento do tal Caio Fernando Abreu,
Ou, ao pé-na-bunda, tivessem a mesma conduta da Martha Medeiros,
E quem sabe, a mesma licença poética de Cecília Meireles.
Falta sentimento!!!! Falta aquilo que é só nosso!
Falta cada um ser completo consigo mesmo para então dividir com outrem.
Não dá pra acreditar que exista alguém por aí com o poder de me fazer mais do que eu já sou.
Tudo aquilo que somos está em algum lugar de nós mesmos que por vezes por falta de coragem,
Ou medo daquilo que vão pensar da gente deixamos encoberto para sermos apenas mais um
A difundir as mesmas idéias e comportamentos.
Sejamos felizes sozinhos!
Ainda que amando muito um outro ser e o tornando capaz de receber essa nossa felicidade,
Essa nossa dose de autenticidade que embriaga e entorpece mais do que qualquer substância por aí.
Vamos deixar pra "gritar pro mundo inteiro ouvir" quando for verdadeiro,
Porque a gente sente quando é "pra sempre" até porque até o
"Pra sempre, sempre acaba."
Mas o final pode ser feliz, sempre!




Passei vários dias tendo idéias sobre o que escrever novamente por aqui.
Tive tantos motivos, algumas inspirações e um pouco de preguiça, talvez, de começar um texto sem pensar sequer no final...e eis que surge um assunto para esse fim de noite solitário.


Um comentário:

  1. OLÁ BÁRBARA,

    minha conterrânea,estive ausente mais voltei com a corda toda.

    E ao ler este seu texto, então lamentei mais ainda a ausência e sempre que tenha estas ideias, por favor não nos prive delas.

    Espetacular!

    Estarei sempre por aqui, afinal esta é a finalidade interativas dos blogues, concorda?

    Então convido você a participar também, do meu blog:

    “SEXO, UM PRODUTO DE CONSUMO”

    Lá estamos discutindo e refletindo sobre as causas de todas estas revoluções, mudanças e reivindicações crescentes ocorridas nesta área do relacionamento humano.

    Posso contar com você?

    Um abração carioca.


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